Um público diversificado do setor de Saúde Animal vai participar, nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), do 3º. Animal Health Veterinary Business ExpoForum, acompanhando uma programação intensa de palestras e mesas-redondas, conferindo soluções e tecnologias na área de exposição, fechando negócios e fazendo networking com os maiores empresários e especialistas do mercado.
Com uma agenda tão intensa, o evento irá reservar alguns momentos marcantes para os visitantes, como a presença de inúmeras autoridades do setor. Quem estiver no evento também poderá conferir a entrega de um cão adestrado para a família de uma criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Isso vai acontecer no dia 18 de fevereiro, às 14h, do auditório 4 (Pavilhão Amarelo).
O cão que será entregue para a criança durante o evento recebeu um treinamento especializado focado em assistência para autismo e que foi realizado por uma entidade que tem excelência nesse trabalho e em outras deficiências, o Instituto Reddogs.
INICIATIVA INOVADORA
Criado em 2022, o Instituto é uma iniciativa de Ronaldo José Novoa. Com experiência de 30 anos em adestramento, ele buscou uma metodologia inovadora de treinamento de cães de assistência ao implantar o Instituto Reddogs. Confira algumas frentes de atuação do instituto:
- Treinamento especializado de cães de assistência para deficientes;
- Promoção de IAA (Intervenções Assistidas por Animais), que podem ocorrer em diferentes circunstâncias, como em visita a hospitais e eventos empresariais;
- Fomento à capacitação de profissionais da saúde, ensinando e motivando boas práticas em terapias que utilizam animais, adotadas por psicólogos, neuropediatras, fonoaudiólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais etc;
- Oferta de cursos de formação para adestradores para a faixa etária de 16 a 20 anos – do básico ao avançado, além de capacitação de profissionais para atuar em outras profissões, como passeador e manejo em hotéis pet;
- Promoção de voluntários corporativos e de ações sociais que visem aumentar verdadeiramente a pontuação em ESG das empresas parceiras.
SETOR EM CRESCIMENTO
Instalado na Zona Norte de São Paulo, o Instituto Reddogs tem uma missão clara: “não só de prover a inclusão através de cães treinados, mas também informar a sociedade da existência dessa especialização e fomentar o desenvolvimento social das comunidades próximas a nós”, sublinha Novoa.
O instituto está em sintonia com um segmento que cresce em outros lugares do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe um mercado bilionário, movimentado pela criação de cães para esta finalidade, além da oferta de equipamentos, cursos, centros de treinamentos e realização de pesquisas. “Se lá existem centenas, aqui no Brasil estou tentando montar o primeiro grande centro. Hoje trabalho para que possamos, através uma PPP, reunir os elementos necessários para realizar esse objetivo”, explica.
“Mas tudo que é novo tem o lado bom e o lado ruim. O bom é que estamos abrindo caminhos e moldando o mercado com boas práticas. O ruim é que aproveitadores vão aparecer, ainda mais porque não temos regras claras para cães de assistência no país”, afirma.
VOLUNTÁRIOS E PARCERIAS
Atualmente o foco do Instituto é trabalhar com cães apenas, mas num futuro próximo também adotará protocolos de treinamento de outras espécies de animais de estimação. “Hoje a sociedade já é multi espécie! Isso é uma realidade.”
Novoa explica que, no trabalho do instituto, as doações de cães não têm custo para as famílias. “Mas não temos como fazer esse trabalho social sem recursos financeiros, por isso dependemos de patrocínios, parcerias e venda de produtos e serviços ofertados pelo instituto.”
Em 3 anos, o Reddogs já treinou 51 cães, que foram preparados e doados entre seus parceiros e patrocinadores. “Isso só é possível graças ao esforço de voluntários e empresas que apadrinham o treinamento destes anjos de quatro patas”, comemora Novoa, mas que observa: “embora eu tenha começado esse grande movimento, não vou longe sem o apoio de voluntários, do poder público e das empresas”.
VENCER OS OBSTÁCULOS DA INCLUSÃO
Com o treinamento, que é realizado pelo instituto, o cão evoluindo ao longo do tempo. A cada ciclo de treinamentos, o animal também é avaliado quanto ao seu progresso e habilidades adquiridas. A preparação deve ser baseada na finalidade e nos objetivos que se deseja, analisando sua vocação inata. Um processo que dura meses.
“Então é feita uma conciliação destas características do cão, com as informações de nosso banco de dados de mais de 700 famílias que atualmente nos solicitam cães de assistência”, diz. Vale lembrar que os cães podem ser usados para assistência de crianças, jovens, adultos e idosos.
Atualmente, o instituto prepara cães para o atendimento de diferentes necessidades do usuário: “autismo, cadeirantes (baixa mobilidade), ideação suicida, borderline, síndrome do pânico, transtornos de ansiedade generalizada, cães de apoio emocional e TPT (Transtorno pós-traumático). E em breve vamos oferecer cães com outras capacidades e habilidades para ajudar ainda mais pessoas”, relata.
Para Novoa, é uma grande satisfação desenvolver esse trabalho. “Acho que é um pouco o que os professores sentem na relação com seus alunos ou o artesão na realização de uma obra prima. Quando falamos da preparação de um cão até a sua entrega para uma pessoa que está precisando de assistência, não tem valor saber que aquela dupla viverá junta por anos e passará por aventuras, desafios e vencerá os obstáculos da inclusão!”
Segundo ele, os cães proporcionam acolhimento, companhia, desafios e responsabilidades, gerando autoestima, empatia e sentimentos que só um animal tão próximo pode oferecer. Além disso, proporcionam um contato que impacta positivamente no organismo da pessoa, com liberação de endorfinas, oxitocinas, baixa do cortisol, regulação da frequência cardíaca etc. No caso de uma criança com TEA, a tendência é a diminuição do uso de medicamentos ou a redução das crises, da auto lesão, de fugas e a mudanças do humor.
TREINAMENTO FEITO POR ESPECIALSITAS
No entanto, Novoa destaca a importância de se buscar profissionais que estejam aptos a preparar um cão para a assistência. Caso contrário, existem riscos para o usuário. “Imagine um exemplo: um cão que não foi socializado adequadamente ou, pior, que não foi selecionado corretamente e tem uma reatividade ou agressividade por medo. Em um momento de estresse esse gatilho pode ser acionado, provocando um sério acidente com o usuário”, alerta o especialista.
Outro exemplo é quando não se realiza a educação do usuário e da sua família adequadamente. “O cão, em pouco tempo, assume o controle daquela família! É algo inadmissível quando se fala de cão de assistência.”
Ele cita uma situação que não é rara durante viagens aéreas. Há relatos de cães que passam todo o período do voo latindo, atacam os comissários durante o serviço de bordo, fazem suas necessidades durante a viagem. “Isso denota falta de preparo de cão e de seus tutores.”
Apesar dos desafios, Novoa acredita na instituição Cão de Assistências. “Meu propósito é porque realmente acredito no que estes cães são capazes de fazer e no quanto as pessoas podem se beneficiar com eles, à medida em que são preparados de maneira correta para a função”, conclui.
Contatos do Instituto Reddogs:
Instagram: @institutoreddogs
Site: institutoreddogs.org.br
Whatsapp: (11) 93427-7256








